Constantemente fazemos levantamento de perfil dos participantes de nosso grupo, de modo a termos dados sobre características comuns a todos e, desta forma, podemos chamar a atenção de pesquisadores sobre fatores de risco potencial para EMAP, facilitando seu diagnóstico. Seguem abaixo alguns destes dados de perfil, coletados através de pesquisa transversal retroativa.
Os respondentes da pesquisa têm em média 56 anos. Porém, no momento da percepção dos sintomas, a média de idade era 51 anos. São os nascidos por volta do final dos anos 60 e início dos anos 70, quando houve uma epidemia de estreptococos no Brasil, gerando uma orda de portadores de febre reumática. Não à toa que tanto se relaciona o histórico de febre reumática com o diagnóstico de EMAP.
Entretanto, não se deve estabelecer uma relação causal entre febre reumática e EMAP. Afinal, o estreptococos pode vir a ser o causador de ambas as doenças. A questão é saber questão é saber o porquê de nem todos os que tiveram febre reumática nca infância não desenvolveram EMAP. Que fator foi o gatilho para o desenvolvimento desta doença?
A grande maioria dos respondentes são do estado de São Paulo, o que pode ser explicado pela melhor estrutura de saúde, maior poder aquisitivo para buscar atendimento privado, ou mesmo pela população ser maior que a de outros estados. Como a forma de captação dos participantes foi feita via internet, isso também pode ter corroborado para tal prevalência. A grande maioria dos respondentes têm graduação ou pós-graduação (85%), que pode ser justificado por algum vício de seleção, tal como ocorre com o estado de origem do respondente.
A prevalência de respondentes cuja ascendência é da Europa latina (Itália, França, Espanha e Portugal) pode vir a ter relação com algum fator genético, o que pode propiciar algum gatilho ou fator de facilitação para o desenvolvimento da EMAP.
O Índice de Massa Corpórea (IMC) medido no momento do surgimento dos sintomas, não apresentou qualquer dado que venha a chamar a atenção, havendo uma distribuição razoável entre pessoas com diferentes IMCs. É importante notar que a grande maioria dos respondentes está com IMC normal ou capinas com sobrepeso.
As questões com uso de escala Liberte permitiu descobrir que não ha prevalência de consumidores de farináceos , açucares ou alimentos super-processados. Também mostrou que a maioria dos respondentes não são tabagistas nem consomem bebidas alcólicas com intensidade.
Dentre as doenças e fatores em comum aos respondentes, apenas a febre reumática, junto com tomada de Benzetacil, se destacam como prevalentes dentre as possíveis respostas do quadro. Muito embora, em questão separada, 46% dos respondentes indicam que têm uma doença autoimune (que não seja febre reumática ou EMAP). Outrossim, 78% dos respondentes firma que parentes de primeiro grau (pais e irmãos) tem alguma doença autoimune.
A pesquisa foi bem mais ampla que aquela aqui divulgada. Entretanto, preferimos tornar público apenas os dados mais básicos, deixando de fora dados que não indicaram pistas importantes, ou esmo que podem gerar polêmica (relacionadas com vacinas). .
O que não foi achado tem sua importância, como a falta de alguma prevalência entre aqueles com obesidade, ou consumidores de farináceos, açucares, cigarros e bebidas alcóolicas. Também não foram encontrados dados que chamassem a atenção sobre realização de cirurgias ou mesmo tomada de vacinas contra a Covid19.
O que foi efetivamente interessante foi a ascendência, de longe majoritariamente da Europa Latina (83%). Também há razoável prevalência dentre os que estavam submetidos a estresse agudo na época do surgimento ou percepção dos sintomas (59%). Ainda podemos destacar a alta incidência de doenças autoimunes na família dos respondentes (78%) ou mesmo dentre os respondentes (46%), mesmo desconsiderando EMAP e febre reumática como tal tipo de doença.
Ficamos abertos a qualquer grupo que queira fazer pesquisa séria e voltada para a busca de respostas aos questionamentos científicos sobre a EMAP, dentro dos protocolos regidos pelo Conselho Nacional de Ética em pesquisas, bem como alinhado com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).